quinta-feira, 10 de abril de 2008

Aguando o bom do amor


Aconteceu, como acontece de tempos em tempos
Deitada, ouvindo as gotas da chuva que não cessam em cair, e a fumaça quente do café... Até isso.
Silêncio.
Me viro na cama, evitando a imagem do celular vazio, quieto.
E fecho os olhos...
Sentindo o perfume que me traz lembranças de milhares e milhares de segundos atrás..
Flores que eu recebia a cada porta que abria.
E sorria.
Flores de perfumes que me tomam num só gole
Me envolve, e envolve...
De segredos em segredos fui me guardado...
Me calando.
Por segredos me censurando.
Em segredos, me entregando...
E hoje, hoje...
Dias depois, hoje...
Não sou mais tomada pela vontade de gritar, quiçá me calar...
Transformando em força qualquer rastro de fraqueza
Vou me refazendo, limpando-me dos meus defeitos, longe de serem perfeitos
Engolindo sinais invisíveis
Recusando táticas infalíveis...
Sem me mover
Observando tudo acontecer
Sem ao menos me mover...
Fazendo acontecer
Sem me mover.

"A emoção acabou... A nossa música nunca mais tocou
Eu protegi o seu nome por amor, em um codinome beija-flor..."

5 comentários:

Vitor disse...

Hum... O que dizer?
Nada! Às vezes, falar demais desmancha qualquer prazer em ler uma obra prima como esta... Parabéns.

Paulo Henrique Pergher disse...

O eu lírico é você?
ou alguém?

Beijo

Anônimo disse...

Quantas vezes eu me reviro na cama, inquieta, à procura, à espera...
Quantas vezes me deixo ficar, abismada como que a vida me oferece. será que faço bem? será que não devia abrir a janela e gritar ao mundo o quanto me desagrada que as pessoas de quem realmente gosto se vão embora?

*

Paulo Henrique Pergher disse...

Então te mexa, mulher!
Refaças-te logo e vá correr,
e pular, e cantar, e sonhar...
Faças-te moça livre, Milla!

Anônimo disse...

Liberdade é o que todos queremos.
Faz parte de cada um fazer acontecer.
Beijos!