sexta-feira, 20 de março de 2009

...

Estou assim, meio "sei-lá".
Sabe?
Sei lá.

Estava conversando com uma amiga minha e me lembrei de um texto da Elisa Lucinda, deu vontade de reler. E é incrível como não importa quantas vezes eu o leia, ele sempre me surpreende, então resolvi postar.

"A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas

Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressucitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!"

Elisa Lucinda

* * *

E mais selinhos! *-*

Ganhei dois selinhos, os dois da Lívia. Mas um de cada blog.
Este ela me passou pelo Assunto de Menina:


E este próximo veio do Clube da Luluzinha:


Com este, devo listar as 7 coisas que me fazem sorrir, então lá vai!

1- Meu gato, quando chego em casa e ele vem correndo me dar oi, miando e me fazendo carinho.
2- Meus amigos (todos!)
3- Coisinhas antigas
4- Riso (e pés) de neném
5- Beijos sapecas, em lugares proibidos.
6- Ver alguém sorrindo pra mim.
7- Acordar com o meu amor.

Depois disso eu deveria escolher 7 blogs que me fazem sorrir, mas vocês sabem que sou péssima em escolher blogs porque amo todos da minha lista! Então, como é de praxe, repasso os selinhos pra quem, da minha lista, aceitá-los! ;)

2 comentários:

Anônimo disse...

eu já tinha lido este texto.. na altura lembro-me que fiquei sem palavras por sentir que alguem já tinha dito tudo o que merecia ser dito. hoje sinto a mesma coisa, e por isso deixo só um oi!

beijo milla*

Dois Rios disse...

Pois é Mila, esses versos da Elisa Lucinda carregam um pouco de cada um de nós. Quem ainda não deu umas tantas morridinhas?
Em outubro do ano passado o publiquei no Dois Rios e lembro que na época tinha algo que me doía tão fundo que me derramei nas palavras dela.
Vai passar, Mila. Tudo passa.

Um beijo,
Inês