sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Clara, noite rara...

E eu reclamando que estava sem idéias...
Ontem meus olhos ardendo de sono mas minha mente inquieta não me deixava dormir. Meu único recurso foi alimentar meu vicio de escrever. Sentei-me na frente do notebook, clarearam as idéias, abri uma música e meus dedos correram sobre o teclado de um jeito tão natural que foi difícil segurar. Fui dormir ás 3 da manhã, leve como a madrugada tem que ser.
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Eis o resultado:
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Certa vez uma jovem anjinha, de cabelos cacheados e asas ainda pequenas, caminhando pela estrada resolveu reparar no céu.
O dia estava claro, não havia nuvens. Ela fechou os olhos para sentir o ar e acabou percebendo um suave toque de calor sobre a pele. Abrindo os olhos percebeu que o Sol lhe brilhava a mais intensa e apaixonante luz do universo. Ele parecia sorrir-lhe.
O Sol por sua vez também enamorou-se pelo sorriso da anjinha. Ela pareceu gostar tanto do seu calor, e ninguém até então havia lhe dado tanto valor.
Infelizmente ela não conseguiu encará-lo por muito tempo e logo desviou o olhar. Seus olhos lacrimejados pela força do Sol desejavam chegar cada vez mais perto, mas ele, o Sol, sabia que não era possível.
Deixe-me te tocar” – Ela dizia, sem olhá-lo.
Mas você não pode, eu vou te machucar” – Dizia ele, por cautela à linda menina que ele havia encontrado.
Todos os dias de manhã ela saía a caminhar apenas para senti-lo. E quando as nuvens o tampavam ela sentia tanta falta que o que mais desejava era jogar-se no fogo para senti-lo perto novamente.
Mas o destino começou a separá-los. As nuvens não a deixavam senti-lo e ele, por detrás das nuvens, podia sentir a saudade que ela demonstrava.
Debaixo da chuva ela começava a procurá-lo. Enfrentando tempestades, esperou, esperou...
Até que depois de muito tempo o céu se abriu novamente e ele estava ali, a sua espera. Ela olhou para ele e sentiu queimar em seu coração toda a chama que no Sol incendiava.
Não olhe para mim, deixa que eu cuido de você” – Ele falou.
Ela então abaixou o olhar e ele a secou com o seu calor.
Eu não quero mais ficar longe de você!” – Ela falou. – “Você é o único ser em todo o universo que consegue me fazer sentir acolhida. Eu sinto seu calor esquentar a minha pele e meu coração também se aquece!... Minhas asinhas ainda são muito pequenas, mas eu sei que posso te alcançar!
A idéia de tocar o Sol então começou a lhe parecer real. Ela não queria mais passar por aquela prova e ficar longe dele novamente por tanto tempo. E decidiu buscar alguma forma de alcançá-lo.
“Isso é loucura! Se você me tocar eu sei que vou te ferir. Você não vai agüentar!” – Ele dizia.
Mas ela não o ouvia. Ela sentia que precisava dele para poder sentir-se inteiramente viva. Buscou em espírito alguma forma de alcançá-lo. Buscou caminhos e respostas, e seu amor lhe bastava para ter coragem e tocá-lo.
O Sol, preocupado, também a desejava por perto. Entendeu a coragem que ela depositava e tão logo confessou que a amava.
A pequena anjinha juntou as energias ao seu redor, recorrendo ao seu coração toda força que parecia ter e partiu a encontrá-lo.
A cada distância vencida, mais ela sentia seu calor. E ardia, mas ela não desistiria.
“Eu te amo e vou te alcançar! Eu me conheço e sou fiel aos meus sonhos.” – Ela dizia, e sustentando o olhar, cegou.
E a cada passo dado, ele se enchia de luz e seus raios refletiam cada vez mais longe.
Ela fora se aproximando, e o fogo do Sol a queimando.
O rosto angelical molhava-se em lágrimas, e a paixão crescia na medida em que ele a queimava. Ela se transfigurava. A dor lhe fervia a pele, mas já não tinha como voltar, ela estava perto demais e sabia que o alcançaria.
Então num só impulso ela se jogou e ele a segurou num único abraço.
Por milésimos de segundo ela sentiu na pele aqueles braços a envolvendo e sorriu a união entre Sol e coração.
De tanto chorar, em lágrimas suas cinzas se transformou.
Fez-se neste dia uma imensa tempestade. A chuva caía do Sol e inundava a Terra.
Dos braços do Sol ela caía, dilúvios de chuva, transformou-se em lago. Em mar. E oceanos. Cobriu-se então a Terra, de pacífico a índico.
A partir de então dia a dia ela dormiria sob seu toque. Pelo reflexo de sua pele o Sol lhe tocaria, e ela absorveria todo seu calor, tornando-se Mar e Sol, apenas um.
Hoje eles se encontram dia e noite, ao redor da Terra. Tocam-se e trocam olhares. Ela consegue enfim encará-lo. E ele lhe sorri, transformando uma história de amor numa linda paisagem de verão podendo ser contemplada por todo o planeta.
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"Existem apenas duas maneiras de ver a vida:
Uma é pensar que não existem milagres,
E a outra é acreditar que tudo é um milagre"

Albert Einstein

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18 comentários:

Livia Queiroz disse...

Aaaaaaai que lindo!
Todas as vezes que eu vir um pôr-do-sol no mar, vou lembrar dessa historia!

Linda linda linda!

Aaaai ameeeeeei

Sammyra Santana disse...

eita que historinha mais linda, Milla!
só podia sair d eum coração apaixonado assim feito o teu!
tão bom varar a madrugada escrevendo coisa bonita feito essa...

Beijo

Alluc disse...

Poxa vida Milla... que lindo!! `^^´
Coitada da Anjinha... Mas no fim, eles conseguiram o que queriam!!

Isso ensina muita coisa sobre o amor!

LINDO DEMAIS!!!
PARABÉNS!!!!!

Anônimo disse...

está MARAVILHOSO... como me encantam estas histórias.

bjo milla*

Tiffany disse...

nossa, fiquei sempalavras. lindo demaaais o seu texto! quanta imaginac;ão no meio da madrugada em?!

Livia Queiroz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Putz... Se apaixonar pelo sol é fogo!
heueuheue... após esse trocadilho tosco, eu digo:
Muito bom o texto. Para quem estava sem idéias, elas vieram de uma forma bem interessante.
História bonita e romântica.

lorena disse...

há tempos q não venho aki e qnd venho tenho a honra de ler um texto desses... q historia mais linda,

só pra provar que não existem amores impossíveis e como diria o poeta: a vida é a arte do encontro e é tão bom encontrar o "sol" em nossas vidas.

nunca mais verei um por-do-sol do msm jeito. hehe

=]

M. Vieira disse...

Quanta delicaddeza Cah! Adorei seu texto. Parece uma mistura de mito grego com mito indígena sul-americano. Tipo as lendas a lá Boto cor de rosa ou sereia Iara.

M. Vieira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Simplismente Lindoo!!!
Parabéns!!
:*

Carol disse...

Que linda estória Milla!!!
Amei!!!
=)
Pra quem tava sem inspiração, parece que ela agora voltou com tudo!!!

Beijooos!

Crica Fonseca disse...

Olá, Querida!
Que texto mais lindinho.
Daqueles que dá um aperto no peito quando se lê, sabe?
Volteiiii!!!!
Um super beijo,
Crica

Anônimo disse...

Que coisa mais bonita menina!

Grande Beijo

Dois Rios disse...

Mila,

Sorte a nossa que de uma mente inquieta surgiu uma história tão leve e encantadora.

Estava com saudades de viajar nas suas escritas.

Beijos,
Inês

Sammyra Santana disse...

posta, posta, posta!!!

saudades de te ler!

Beijoooooooo

Anônimo disse...

nhaiii lindooooo *-*
bjuuuu

Anônimo disse...

Passando para avisar que encerrei o Diário de Iza e agora estou em
http://simplesmenteiza.blogspot.com/