domingo, 11 de julho de 2010

Sereno é quem tem a paz...


Para ser forte e suave, escrevo com mãos firmes a presença sutil dos meus segredos...
Mas é preciso apenas um pouco de segredo e de mistério para as coisas parecem maiores do que são.
Guardo tanto e tão profundamente meus pensamentos que desfarço entre reticências a confissão perigosa e vulgar.
Tenho o mundo nas mãos, tenho a resposta de todas as perguntas e as portas do meu caminho, todas abertas. No entanto, como estivesse embriagada, ando tropeçando de pedra em pedra, vendo as coisas de modo distorcido e ilusório. Dói-me a imaginação não sei como, mas é ela que dói.
É o resultado da preguiça de tanta futilidade, de tudo aquilo que o mundo entende como primordial e é, no fundo, tão secundário.
Gostaria de ter um manual de atitudes sensatas, de raciocínio lógico e tudo mais que as situações desse mundo pedem.
Ah, estou farta e cansada. Tenho 5 ou 50 anos, qualquer idade que a minha idade recusa.
Eu respondo às minhas próprias perguntas. Não que eu as saiba de cor. Eu não sei. Mas mantenho a calma e tranquilidade para me aplacar minha própria demência. E tento ser discreta para confiar ao menos em mim. E lógica para entender a minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto. Ser por dentro a grande fúria de uma tempestade e a bonança do sol e, quem sabe, o arco-íris.
Eu me coloco em certa situação e encaro meus demônios a sós. Sem por nem tirar testemunhas.
O chamo para um café da tarde e a luta começa.
Uma estranha sensação de segurança continua tomando conta do meu corpo e a mim pouco importa quem vence ou quem perde.
Essa segurança sou eu me dando a mão, com a coragem necessária para encarar o que há de vir.
Ainda que sobre apenas a carcaça, o meu escudo é forte.
É o que me cala e me protege.
É o meu segredo que me guia e mantém a serenidade.
E me entregar por tão pouco, é colocar pouco preço no valor que eu tenho.

10 comentários:

Anônimo disse...

Um tanto intrigante, estimulante e belo.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Elisa Macedo disse...

Nossa, ficou bem interessante, complexo e compreensível.
parabéns.
visite tbm
http://lisems.blogspot.com/2010/07/estamos-em-meio-segunda-guerra-mundial.html

Karina Amorim disse...

Complexo... uma luta íntima, sem ganhadores ou perdedores.. apenas conquências sem importância, nas escolhas do próprio ser.. preço al to e retribuido pela experiência ganha... belo texto!

ps. sussurrar o q aflige pode tbm ser sábio e as vezes necessário...

Sammyra Santana disse...

Senti saudades daqui...
Beijo Mila!

Lane disse...

nossa, adorei o blog e adoorei o texto. Me identifiquei bastate, salvei ele aqui :}
Parabéns pela postagem ;*

Gabi Grzegorz disse...

Acordar e gritar para o mundo - mesmo que através da escrita - aquilo que faz doer o coração. Isso recata e inibe o tal demônio interno que vive a nos maltratar pelos cantos.
Belo texto.

Bruno Costa disse...

Maravilha de texto. Espero voltar mais vezes. Mas penso que esse mundo, desde muito atrás, está afogado em lógicas e razões. É preciso estranha-las para que surjam novas formas de sentir, de se afetar por esses tristes fatos. Sua escrita é uma forma de fazer isso.
Parabéns!

Anônimo disse...

O final é muito bonito.Assim como o resto.

Anônimo disse...

Obrigado por Blog intiresny