sábado, 6 de março de 2010

Por onde andei...

Fiquei tanto tempo sem escrever que agora esse texto me sairá como um grito!
Tanto tempo sem falar, apenas observando... Muito tempo pensando e sentindo em mim o que é unica e exclusivamente meu.
Me tornei egoísta. Me tornei o que é meu. Minhas filosofias passaram, tornaram-se segredos e qualquer pensamento ou sentimento foram traduzios em gestos ou conversas a dois.
Tantas coisas eu vi, ouvi e senti e em troca disso eu me calei. Coisas das quais não valem a pena saliva ou minutos de reflexão, coisas que mal merecem ser engolidas tampouco cuspidas pra fora. Coisas que pra muitos seria inadmissível, pra mim, é irrelevante.

Comecei aqui como uma criança, com 17 ou 18 anos e já dedilhava minhas maiores alegrias e tempestades, tentando passar um pouco do que para mim eram palavrinhas agradaveis, pra tantos, uma certa luz.
Mal imaginava eu que um tempo depois eu seria chamada pra fazer roteiros de teatro e que fragmentos dos meus textos seriam citados por aí como fossem ditados populares ou idéias de 300 pessoas ou mais, com um "por: Milla" assinado embaixo.
Fui meu próprio refúgio. Fui meu desabafo e meu conselho.
Na simplicidade de umas palavras eu atingia a parte menos acessivel de mim mesma e, brincando de entrelinhas, contava segredos sem contá-los.

No entanto, no meu egoísmo de me guardar pra mim mesma, descobri que posso fazer de mim o que eu quero.
Entendi que o mel desperdiçado é parte de mim a bel prazer pra quem não dá importância.
E parte de mim é raro demais pra ser jogado entre rabiscos de um papel amassado.
Parte de mim é mesa de bar, tequila. Parte é risada aberta, Milena, Natália, Yalis, Aieska e Engenheiros.
Parte é fisioterapeuta e outra arquiteta... É filme abraçadinho, cobertor e pipoca... Parte de mim é Thefa e saudades.
São partes que eu amo e que não desperdiço num momento ou outro de distração.

Desculpem a ausencia, mas se houver alguma coisa em mim que não seja minha, dessa é mais fácil falar.
Pois não há em mim segredo sequer, além de mim mesma.

"Te deixo de herança o som do velho violão
Acorde em mi maior...
Pra você ter algo de mim"